ENFIM A PRIMAVERA, QUE AS CHUVAS CAIAM SERENAS E O PAÍS RENASÇA C/GESTORES ÉTICOS/COMPETENTES.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

" BAHIA É TERRA DE UMA ARTISTA SÓ, IVETE SANGALO. NOS DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RJ E SP PREVALECE A GUERRA PUBLICITÁRIA E OS ENREDOS PATROCINADOS ". ( Presidente do Oludum/BA)

Se disséssemos isso provavelmente diriam que se trata de implicância ou despeito. Mas quem resolveu jogar franco e dizer toda a verdade sobre o Carnaval baiano e desfile das escolas de samba do RJ e SP foi João Jorge Rodrigues, 57, nada menos que o presidente do Olodum, a banda mais internacional da Bahia. O Olodum já se apresentou em 37 países, quatro Copas do Mundo, tocou com os últimos 30 grandes nomes da música mundial. Dentre outras coisas João Jorge declarou o seguinte:
- “Há um monopólio na divisão de recursos na folia da Bahia, que é terra de uma artista só - Ivete Sangalo. Isso mata os artistas emergentes, mata os que estão trabalhando e, em vez de fortalecer essa própria artista, a fulmina, porque é a galinha dos ovos de ouro aberta para pegar ovos. A festa faz de conta que está enriquecendo uma pessoa, mas na verdade está empobrecendo uma cidade, um Estado. O Carnaval do país é um retrato do Brasil atual. Ele é um Carnaval discriminatório, segregado, com mecanismos que reproduzem o capitalismo brasileiro: a grande exclusão da maioria em beneficio de uma minoria. Antes, as pessoas vinham para participar, para conhecer o Carnaval de Salvador. Com o tempo, passou a ser: 'Eu quero que você venha para você ser importante para o Carnaval'. Inverteu. O Carnaval é que era importante para essas pessoas. No Carnaval de Salvador, atração é um coreano e atrizes da Globo. Quanto ao desfile das escolas de samba do RJ e SP, foram importantes nos anos 10 e 20 do século passado para formar uma cultura do samba. Depois, foram engessados pelo modelo de desfile, pelo sambódromo e continuam sendo um espetáculo maravilhoso... De ver. Mas sem participação ampla, e isso difere do Recife, de Olinda e de Salvador. Por isso o Rio está tendo essa explosão de blocos de rua, mostrando que as pessoas cansaram desse modelo da fantasia, das alas, da batida, de 90 minutos de desfile. SEM FALAR DA GUERRA PUBLICITÁRIA E ENREDOS PATROCINADOS".
O cantor Diogo Nogueira também fez críticas a "industrialização"do Carnaval:- “Hoje em dia as escolas ficam na dependência de conseguir patrocínio de grandes empresas para apresentar um grande Carnaval, e não dependem mais só delas. Umas fazem Mangalarga Marchador, outros da uva, mas falta emoção, falta pé no chão". O cantor ainda criticou a Mangueira que deixou de homenagear o grande Jamelão no seu centenário, para apresentar um "enredo patrocinado" de Cuiabá. 
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