REYNALDO
ROCHA-BH
“O meu ideal político é a
democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum
venerado” - Albert Einstein. Qual expectativa se pode ter quando um
rebanho primitivo - na definição magistral de Augusto Nunes- se divide entre a idolatria e
a veneração? Só enxergo um caminho: a insistência na democracia. A democracia,
porém, não se faz por espasmos. É exercício diário, permanente, que abrange
todos os poderes da República. E que permeia nossas opções e ações. Não é
ofensa chamar a muitos de primitivos. Menos ainda se os enxergarmos como um
rebanho. É uma constatação dolorosa. Se há dez anos fomos (muitos de nós)
enganados, hoje nem isso serve como desculpa. Primitivamente assumimos a face
da corrupção como sendo endógena ao ser humano, como insiste o lulopetismo. Que
fazer política ─ como afirmou um ator desta nova era dos não intelectualizados ─ é “enfiar
a mão na merda”. Só os primitivos aceitam que o trabalho de cada um
pague amantes do protoditador aprendiz de bolivariano. Quantas Roses os
primitivos aceitam como cota pessoal de Lula?
Somente os muito toscos (sinônimo de primitivo, antes que me acusem de
usar palavras ofensivas) entendem que “eu não sabia”, “eu não fiz” e “eu fiz,
mas todos fazem” são argumentos políticos. Quem assim age se deixa
instrumentalizar. Por qualquer discurso que eleve a ignorância a valor, a
mentira a argumento e a esperteza se sobrepondo ao esforço. São capazes de protestar - como em
junho- contra aumento de passagens e superfaturamento de estádios. E se
calam quando ladrões condenados continuam soltos, e certamente ainda
ladrões, com a cumplicidade do Poder Judiciário. Uma coletividade de primitivos
(politicamente) não é realmente um rebanho? O que esperar de um rebanho de
primitivos quando tem que escolher quem o governe? E os valores destes
governantes? Conceitos como estado de
direito, cidadania, respeito às oposições, direito de discordância, liberdade
de imprensa, entre outros, não fazem o menor sentido para eles.Seria como
esperar que Sarney, Maluf e Collor passassem a ser honestos quando se tornaram
aliados preferenciais do PT. Não faz o menor sentido. O primitivismo é incapaz
de conter, em si, alguma noção de dignidade política ou respeito próprio. O
primitivo não se respeita. Não crê em si próprio. Esconde-se no anonimato, pois
tem vergonha do que é. Parafraseando Einstein, meu ideal político é a
democracia. Sem rótulos. Um regime em que todos sejam respeitados, em que a
veneração, mitificação e idolatria não sejam uma cerca que prenda rebanhos de
qualquer espécie. Por fim, que haja alternância de poder sem ser necessário
esperar que um dia estejam todos presos e o regime se desmanche por si. É muito
primitivo pensar assim e, até lá, ser mais um deles. O problema- ao fim e
ao cabo- não é ser primitivo. É saber-se primitivo. E optar por
continuar a ser".
BRASIL, É PRECISO MUDAR! BASTA DE PODRIDÃO!
®