O Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG
Contas Aberta disse abertamente:
-"Quando as tragédias acontecem, nós já conhecemos o
ritual: as autoridades sobrevoam as áreas atingidas de helicóptero, prometem
solidariedade às famílias atingidas, declaram estado de emergência e as verbas
saem por medida provisória". Segundo
o economista, esta lógica faz com que a predominância de investimentos na
resposta a desastres, e não em prevenção, seja uma espécie de tradição no país.
De acordo com dados levantados pelo Contas Abertas, entre 2000 e 2011, o
Ministério da Integração aplicou R$ 7,3 bilhões na rubrica "Respostas aos
Desastres e Reconstrução" e R$ 697,8 milhões em "Prevenção e
Preparação para Desastres". Na avaliação de Castello Branco, um dos
motivos para esta inversão seria essencialmente eleitoral: -"Politicamente
a prevenção não dá tantos votos ou reconhecimento político. Muitas vezes
prevenir significa chegar a uma área de encosta, num dia de sol e comunicar aos moradores que eles vão ser remanejados p/outro local, às vezes
mais distante de onde estão morando. Esta tarefa é mais para os estadistas
do que p/a os políticos, que vêem apenas as próximas eleições".
Estas considerações remeteram-nos
ao que disse lá em 2009 Debarati Guha-Sapir, que dirige o Centro
de Pesquisa sobre a Epidemiologia dos Desastres, centro de referência sobre o tema e entidade
que fornece à ONU os dados anuais sobre as vítimas no mundo: - “ No Brasil não há
vontade política para preparar o país para lidar com os desastres naturais. Em
2008, o Brasil foi o 13º país mais afetado por desastres naturais. Pelo menos 2
milhões de pessoas foram afetadas pelos desastres, principalmente pelas chuvas.
Só as chuvas em Santa Catarina em novembro atingiram 1,5 milhão de pessoas. A
realidade é que as vítimas poderiam ter sido poupadas. O Brasil tem dinheiro
suficiente para lidar com o problema dos desastres naturais e há anos já
poderia ter colocado em funcionamento um sistema de prevenção. Mas a
grande realidade é que falta vontade política". Afirmações feitas em conferência de imprensa na ONU!
Hoje, pelos jornais, ficamos
sabendo que as verbas anunciadas lá em 2011 para Petrópolis, quando morreram 900 pessoas, ainda estão retidas nos cofres! No país inteiro apenas 1/3 da verba
p/prevenir desastres foi aplicada. A irresponsabilidade é das 3 esferas de
poder: Federal, estadual e municipal. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, teve a coragem de dizer ontem, ao
visitar Petrópolis e Duque de Caxias, que reconhece que a demora na liberação de
recursos esbarra na burocracia das contas públicas! Pode uma coisa dessa? O ministro descobriu isso
só agora? E sozinho? É um gênio!! Do mal!! Esta realidade existe há séculos e só nestas
horas que governantes assumem erros e prometem buscar soluções para os entraves?DESCULPEM, ISSO NÃO PASSA DE CANALHICE, JOGO DE CENA E SAFADEZA!
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