ENFIM A PRIMAVERA, QUE AS CHUVAS CAIAM SERENAS E O PAÍS RENASÇA C/GESTORES ÉTICOS/COMPETENTES.

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domingo, 24 de março de 2013

MEC: VERGONHA NACIONAL! NÃO SE FAZ UM PAÍS SEM EDUCAÇÃO. NOSSOS JOVENS SÃO VÍTIMAS DE UMA VERDADEIRA FRAUDE. REVOLTANTE!

Editorial da Folha S Paulo-23/03/2013
A MAIOR FRAUDE
" O tema era imigração para o Brasil no século 21. A receita de macarrão instantâneo, incluída a meio caminho de uma redação no Enem, não provocou, todavia reações de monta entre os encarregados de corrigir a prova. texto foi aprovado, conforme revelou o jornal "O Globo". Obteve 560 pontos dos mil possíveis. Outra redação continha trechos do hino de um time de futebol. O episódio se tornou motivo de piada, acrescentando tons de absurdo ao mais importante instrumento de avaliação dos alunos de ensino médio do Brasil, já combalido por fraudes, escândalos e anulações de provas. "Motivo de piada" talvez seja uma imprecisão. Tratava-se, desde o início, de piada. O mais provável é que os autores das redações quisessem testar, de forma temerária, o rigor dos examinadores. Naquela típica mistura adolescente de irreverência e tédio, preencheram com o que lhes veio à cabeça o espaço exigido. Não é esse o menor sintoma da crise do sistema educacional brasileiro. Não se reconhece - e o problema já transparece nas próprias relações entre aluno e professor - a legitimidade do ensino. O desdém e o vale-tudo predominam. Para cúmulo dos males, as autoridades educacionais adotam uma atitude de paternalismo. O medo de reprovar, assim como a tentativa de não engrossar estatísticas alarmantes sobre a qualidade do ensino, fecha o círculo vicioso. Não há exagero em observar que o professor leniente, em geral, atrai mais desprezo que afeição de seus alunos. A leniência se reflete para além do caso das redações chistosas. Vários alunos obtiveram a nota máxima na prova, apesar de graves falhas de ortografia (como "trousse", em lugar de "trouxe"). É no mínimo estranho que nem mesmo uma fração da nota tenha sido descontada. Prevalece um delírio pedagógico segundo o qual o aluno deve ser protegido de "discriminações" por desconhecer a norma culta. O estudante que recebe nota máxima por um texto crivado de erros não está sendo "protegido" de absolutamente nada, mas, sim, vítima de uma fraude. Sabe disso, aliás. Daí o desprezo, a inutilidade que atribui ao ensino recebido. Ou melhor, NÃO recebido".
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