Matéria na Folha de SP de ontem (11/08) abordou a renegociação ou perdão
de quase US$800 milhões em dívidas de 09 países africanos, conduzido pelo
governo Dilma. Alguns diplomatas ouvidos pela reportagem declararam apoio
alegando que a medida alavanca novos negócios com esses países os quais eram
cortejados até pela China. Entretanto, Roberto Abdenur, ex-embaixador
brasileiro nos EUA entre 2004 e 2007, discorda e faz o seguinte alerta: ”Vc
está zerando a conta de países que não nos pagaram para abrir novos créditos
que terão de ser perdoados. Países nessas condições continuarão a ser maus
pagadores”. O governo brasileiro rebateu dizendo: “Esses países estão em outro
momento daquele quando contraíram as dívidas”. Oras se estão em um melhor
momento, porque não pagam suas dividas e contratam novos serviços/negócios? Ademais,
como bem adverte o ex-embaixador Roberto Abdenur: “Não faz sentido o perdão de
dividas de alguns desses países que são verdadeiras ditaduras e que dispõem de
receitas importantes pela exportação de petróleo e outros recursos naturais. O
beneficiário não será a população destes países”. Por exemplo, no *SUDÃO, o
presidente Omar al-Bashir está há 24 anos no poder e acumula dois mandados de
prisão do Tribunal Penal Internacional por genocídio. No **GABÃO, a família
Bongo governa desde 1967 e é acusada de desvios de dinheiro público para contas
no exterior. Vejamos os países que já receberam redução nas dívidas e os novos
negócios gerados a partir daí:
CONGO: Desconto de US$278 milhões,
correspondendo a 79% do total da dívida. A Andrade Gutierrez está construindo e
obras de urbanização.
SENEGAL: Desconto de US$3 milhões,
correspondendo a 15% do total. Tão logo recebeu o benefício adquiriu 3 aviões
Super Tucano da Embraer e 2 navios-patrulha da empresa Emgepron(vinculada ao
Min. Da Defesa). Para tais aquisições o Senegal obteve financiamento do BNDES
no valor de US$120 milhões.
*SUDÃO: Desconto de US$39,2 milhões,
correspondendo a 90% do total da dívida. No caso da TANZÂNIA cuja dívida de US$237 milhões ainda sendo renegociada, as empreiteiras Odebrecht e a Queiróz Galvão aguardam p/decisão favorável, pois tem projetos p/construção de 2 hidrelétricas e 2 aeroportos, inclusive na capital, Dodoma. Estas obras podem chegar a US$ 3 bilhões. A Petrobras também está lá explorando 2 blocos na costa tanzaniana. O governo justifica o perdão da divida, porquanto, a TANZÂNIA tem hoje endividamento de 45%, abaixo dos 50% considerado sustentável pelo FMI e c/boas perspectivas de crescimento pelo gás natural encontrado, reserva de carvão, ouro e diamantes. Em sendo assim, porque precisam do nosso perdão pra suas dividas?? E o Congresso Nacional não questiona, apenas endossa as 'generosidades' do governo Dilma c/recursos do povo brasileiro. E o país carente de tantos investimentos em areas vitais.Tudo muito estranho, sinistro e inadmissível.
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