ENFIM A PRIMAVERA, QUE AS CHUVAS CAIAM SERENAS E O PAÍS RENASÇA C/GESTORES ÉTICOS/COMPETENTES.

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

UMA HOMENAGEM: JACQUES BREL.

Em 1959, o cantor/compositor/ator belga, Jacques Brel, durante dolorosa separação da ex-mulher Suzanne Gabrielle, compôs a musica Ne me quitte pás”, considerada uma obra prima, uma das mais belas poesias da música internacional,  com cerca de 60 versos, fora o refrão, todos rigorosamente com cinco sílabas. Jacques Brel não só cantava, interpretava suas canções como poderão constatar no vídeo abaixo, onde ele é um homem abandonado, com o coração em chamas, à beira do desespero.  Teve uma vida relativamente curta, mas intensa e muito interessante, sobre todos os aspectos  que vale a pena conferir :

Jacques Brel nasceu em 8 de Abril de 1929 em Schaerbeek/Bélgica. Aluno pouco brilhante, começa a mostrar interesse pelas artes. Em 1946 adere a uma organização de solidariedade católica, a Franche Cordée, de ajuda aos doentes, pobres, órfãos e velhos. Em 1953, grava seu primeiro single, um 78 rpm, contendo as canções “Il y a” e “La foire”. Persistente na sua idéia de fazer carreira, Brel deixa o emprego, a família, a sociedade burguesa de Bruxelas e vai tentar a sorte na capital francesa, onde consegue ao fim de algum tempo ser ouvido pelo descobridor de talentos Jacques Canetti (irmão de Elias Canetti, o prémio Nobel da literatura de 1981). Em 1959, canta em Bruxelas no “L’Ancienne Belgique” com Charles Aznavour. A segunda metade da década de 50 é passada num grande ritmo de espetáculos (chega a participar em 7 espetáculos numa única noite). Para além dos sucessos conseguidos no Olympia e no Bobino, em Paris, vai fazendo espetáculos por todo o mundo. Em 1954 é publicado o seu primeiro álbum “Jacques Brel et ses chansons. O seu primeiro grande sucesso ocorre em 1956 com a música “Quand on a que l’amour”. Em 1957 é laureado com o grande prémio do disco da academia Charles Cros. Em 1958 Miche, sua mulher, retorna a Bruxelas. Desde então ele e a família viveram vidas separadas. O ritmo de espetáculos anuais continua intenso, chegando a ultrapassar 365 num único ano. Em 1966 anunciou que deixaria de cantar. Seguem-se vários espetáculos de despedida em Paris e em Bruxelas. Apesar da insistência dos seus amigos, Brel não mudou seus planos e em 16 de Maio de 1967 realizou sua ultima apresentaçao  ao vivo em Roubaix. Dedicou-se ao teatro e depois voltou-se para o cinema, participando durante os cinco anos seguintes como ator em mais de uma dezena de filmes. Após último filme, Brel deu  um novo adeus aos espetáculos e desta vez muito mais radical, deixando Paris, a França, os seus próprios amigos.Começou a viajar pelo mundo por ar ou mar. Em Outubro/1974 foi  detectado pequeno tumor no pulmão e no mês seguinte foi efetuada a ablação do lobo pulmonar superior esquerdo. Em Dezembro, após pequeno repouso, decide prosseguir a sua viagem num veleiro. Em Novembro de 1975 chega à baía de Atuona, na ilha Hiva Oa no arquipélago das Ilhas Marquesas, Polinésia Francesa. Naquelas ilhas isoladas Brel não procura o isolamento, mas  contato com uma realidade totalmente desconhecida, e sob certos aspectos ainda não contaminada pela “civilização”. Em 1976 aluga uma pequena casa em Hiva Oa, vende o veleiro e decide adquirir um pequeno avião bimotor. Ajuda a combater o isolamento das ilhas mais remotas do arquipélago, disponibilizando o seu avião para transporte de correio ou de pessoas. Em 1977 desloca-se a Paris, onde grava discretamente em estúdio doze canções das 17 que havia escrito, e que virão a integrar o seu último álbum, esperado há mais de 10 anos, e chamado, simplesmente, “Brel”. Gravado sob más condições físicas e psicológicas de Brel, o disco teve um sucesso imediato. Apesar de Brel ter pedido para que não houvesse publicidade, mais de um milhão de exemplares estavam reservados antes da edição e setecentos mil foram adquiridos logo no primeiro dia da sua venda ao público. Alheio a esse sucesso volta à ilha pela penúltima vez. Em 1978 a saúde começa-se a degradar e retorna a Paris em Julho para novos tratamentos. Em Outubro é internado no Hospital com uma embolia pulmonar, vindo a falecer com 49 anos, às 4 e 10 da madrugada do dia 9 de Outubro de 1978 . O regresso a Hiva Oa, dá-se uma última vez: Jacques Brel é sepultado no cemitério local.
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2 comentários:

  1. Amigo do CROWN, grande Rui
    Que coisa fantastica. A musica, a interpretacao, a historia e a vida deste, para mim, desconhecido. E, que pesquisa bem feita. PARABENS. Com isto voce me ajudou a abrandar um pouquinho da minha ignorancia. Aprendi e descobri o autor da musica maravilhosa que Edith Piaf cantava divinamente.
    Valeu mesmo. Grande abraco. Cleber

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  2. Clebão, que legal, estávamos com saudades. Escrevemos perguntando sobre você, s/aquele Banco, sobre as meninas, mas não obtivemos resposta. Beijos a vocês, mas sempre um especial para a nossa princesinha!
    Rui

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