Direto ao Ponto – Jornalista Augusto Nunes.
"- Depois do acasalamento com Lula, que um dia lhe conferiu o título de "maior ladrão do Brasil" até descobrir que haviam nascido um para o outro, Sarney expandiu notavelmente os domínios da capitania hereditária. Incorporou o Amapá ao Maranhão, anexou ao latifúndio do Ministério de Minas e Energia o sempre útil Ministério do Turismo, expropriou mais cofres do segundo e terceiro escalões. Valendo-se da carteirinha de “Homem Incomum”, assinada por Lula, anda prosperando como nunca no Executivo. Tornou-se presidente vitalício do Senado e faz o que quer no Legislativo. A afrontosa operação de socorro consumada há poucos dias atesta que tentáculos de Sarney foram estendidos ao Judiciário, já alcançaram o STF. Nenhuma surpresa. Magistrados a serviço de “Madre Superiora” agem há tempos em muitas frentes. O Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato de João Capiberibe, senador pelo Amapá, acusado de ter comprado dois votos e de ser adversário confesso de Sarney. O TSE também afastou o governador maranhense Jackson Lago, acusado de abuso de poder econômico e de hostilidade aos donatários da capitania e instalou Roseana Sarney em seu lugar. Quando começaram a vazar as descobertas da Boi Barrica, o juiz Dácio Vieira, plantado por Sarney no Tribunal de Justiça/DF, ressuscitou a censura e proibiu o Estadão de publicar as verdades colhidas pela Polícia Federal. Agora, a sensação de perigo induziu o comandante supremo da organização criminosa a mobilizar amigos acampados no STJ. Para garantir o direito de ir e vir de parentes e agregados do clã, todos metidos em negociatas de bom tamanho, o ministro Sebastião Reis Júnior resolveu que as autorizações para a escuta telefônica, expedidas por juízes da primeira instância, não estavam bem fundamentadas. Em seis dias, produziu um papelório de 54 páginas, muito mal fundamentado, concebido para resgatar os soterrados pela montanha de provas acumuladas em três anos de investigações. Uma reunião da turma bastou para que Reis e mais dois ministros forjassem o espantoso desfecho da operação de socorro. O presidente do Senado, seu filho Fernando e demais componentes do bando estão certos. Errados estão os juízes que autorizaram a escuta telefônica, os integrantes do Ministério Público que monitoraram a Boi Barrica e a Polícia Federal. O triunfo dos bandidos sobre os n/xerifes, só confirma que SARNEY é hojes, inônimo de riqueza, poder e impunidade!
Em 4 de outubro, menos de uma semana depois da constatação do poder de Sarney sobre STJ, a desembargadora Assusete Dumont Reis Magalhães, do Tribunal Regional Federal/DF, incluída na lista tríplice de candidatos à vaga aberta no STJ, solicitou uma audiência a Sarney para pedir-lhe que a apoiasse na luta pelo empregão. Saiu do encontro com o sorriso de quem conseguiu a bênção do patriarca. Imediatamente, o padrinho entregou a chefia da campanha a Edison Lobão. Segundo amigos da dupla, o ministro de Minas e Energia reservará um bom pedaço da agenda para “ajudar a doutora Assusete com alguns telefonemas”. Só Madre Superiora e Magro Velho e Lobão sabem quais serão os alvos das ligações. Em tese, cabe exclusivamente à presidente Dilma Rousseff a entrega da vaga a um dos três concorrentes. Os outros dois são Néfi Cordeiro, desembargador do Tribunal Regional Federal da 4a Região, que compreende os Estados da Região Sul, e Suzana de Camargo Gomes, também do Tribunal Regional Federal do Distrito Federal. Até recentemente, só poderia sonhar com o STJ quem tivesse reputação ilibada. Se a exigência continuasse em vigor, Assusete teria caído fora da disputa no mesmo instante em que se ajoelhou diante de Madre Superiora. Como foi atirada ao lixo pelos embusteiros que controlam um país em acelerada decomposição moral, a abjeção pode até garantir a vitória da doutora. E, por consequência, perpetuar os podres poderes exercidos sobre o Judiciário por um senhor feudal cuja impunidade é um tapa na cara dos brasileiros decentes!"
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