- Estendo-me, com igual ou maior enfado, ao Congresso e em particular à Câmara. Fazendo as exceções que com certeza são em menor número do que a gente esperançosamente pensa, em minha opinião o Congresso abriga elevada população de faltos de hombridade, larápios, carreiristas, mentirosos, venais, descarados, aproveitadores e membros da futura escola de samba Unidos do Deboche, tal a desfaçatez com que perderam o senso dos limites e da compostura e acham que podem fazer qualquer coisa, inclusive transformar a Câmara em gafieira. Cobertos de privilégios incogitáveis em qualquer país civilizado, os deputados quase não trabalham, trocam de partido em busca de vantagens pessoais e agora só faltam dizer-nos que comamos brioche ou que os incomodados se mudem..
Minha opinião sobre o Judiciário é que o número de juízes desidiosos ou venais é imenso, o povo não tem confiança na Justiça e ela própria muitas vezes parece não alimentar respeito por si mesmo. A Suprema Corte é sagrada, como devia ser o nosso Supremo. Mas, ainda na minha modesta opinião, o Supremo se tem abastardado em inúmeras ocasiões e nunca sua imagem foi tão vulgar e deslustrada como nos dias de hoje.
O que eu penso do nosso sistema político é que falta um bom nome para designá-lo, pois democracia é que não é. Tentando assim de orelhada, ocorrem-me Cacocracia, Cleptocracia, Hipocritocracia ou, melhor ainda, Pornocracia, pois é muito menos pornográfico um travesti se exibindo na Avenida Atlântica, para faturar um dinheirinho do que um vendilhão da pátria, um traficante de votos, um deslumbrado pelo poder, um criminoso disfarçado sob alegações grotescamente entortadas. E penso que nosso país é hoje moralmente flácido e desorientado. A corrupção está em toda parte, da gasolina adulterada ao peso roubado nos produtos embalados, aos remédios falsificados, aos atestados forjados, às instituições de caridade trapaceiras e a tudo mais que nos rodeia.
HAVENDO ASSIM expressado com franqueza minhas opiniões, no que julgo ser o exercício de um direito que, mais que constitucional, é direito humano basilar estou disposto a enfrentar as conseqüências a porventura advirem do que acabo de escrever.
Se me processarem e prenderem, espero que o Dr. Fernando Henrique, que processado já está sendo, também acabe preso. Achei meu diploma em Itaparica e tenho a mesma famosa prerrogativa de cárcere especial. Mas receio que, numa insólita confluência de posições, ambos peçamos celas separadas."
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Resta-nos aplaudi-lo por tanta verdade e tanta coragem!
Acorda Brasil!
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